quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Preguiçosa-mente-falante!

Hoje eu acordei moída, cansada e torcida!
Na verdade, nem acordei ainda...
Devo estar num sonho..
Até parece que tomei chuva de chicote!
Um dos meus lados, acho que foi parar no norte!
E foi o lado mais forte, o da coragem!
Estou dormente, doente
Mas que coisa infernal, desgramada e que faz mal!
Dor nas costas
Dor nas pernas
Dor em tudo, dor é tudo
Tudo é dor!
Quebradeira, sono, moleira...
To assim todo dia, que agonia..
Ai, como eu queria dormir, não sair, e dormir..
Essa coisa que não me deixa
Quero uma cama minha, pra tirar uma sonequinha
E ficar aqui, de boa, na minha
Eu não estou falando, só pensando
Vou matar ela!
Essa carniça!
Essa carniça de preguiça!


29 de setembro de 2010
Nai Rocha


terça-feira, 28 de setembro de 2010

Esse menino!


Esse olhar, que me fascina
Esse falar, que me deixa muda
Esse cantar, que me deixa surda
Esse cheiro de homem que me ofusca o olfato
Essa pele macia, que me escorrega
Esse jeito manso, que me deixa tímida
Esse caminhar, que me faz tropeçar
Esse molejo, que me traz alvoroço
Essa beleza que me deixa cega
Esse rosto bonito e jeito de moço
Esse sorriso safado, meio de lado
Esse passar, que me traz arrepio
Essa voz educada e a risada escancarada
Esse menino!

26 de Setembro de 2010
Nai Rocha

Encanto de flor

A minha esquina tem as minhas marcas, que é pra você lembrar
Os caminhos pelos quais ando estão assinalados, que é pra você me acompanhar
O chão já tem os meus rastros, que foi de tanto eu passar
A minha casa cheira a incenso que é pra você gostar
A minha boca está cheia de palavras, que é pra te encantar
A minha pele tem cheiro de fruta-pão, que é pra você degustar
O meu jardim ta cheio de Canirim, que é pra você cheirar
As flores estão cheias de linfa, que é pra você bebericar
Vou tomar banho de mar, que é pra te esperar
Aquela música já está tocando que é pra agente namorar
Vou te contar mentiras doces que é pra você se apaixonar!

Salvador, 26 de Setembro de 2010
Nai Rocha

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Menina, Mulher!

No meio da casa
No meio do quarto..
Num aperto, apertado

Passeio em teu corpo grande e quente..
Liso feito serpente

E eu,  por ser tão pequenina, mais pareço uma menina..
Perto do meu homem grande, deslumbrante..
Beijos que escorrem saliva de água cristalina.. 
Suas mãos, a sua barba, o seu ofegar, em mim...
Engole-me, beija-me, cheira-me
Um jeito calmo, boca fina..
Pele macia, covardia!

Mas que cina!
Eu?! Uma menina pequenina e pensamentos de mulher!
Mas será que é? Altero a respiração! Que piração!
E ele, coitado! Fica todo atrapalhado... Suado..
Essa danada de menima, dá cambalhotas, faz cafuné..

Isso é que dá se meter com a menina, mulher!


Salvador, 24 de semtembro de 2010

ONTEM E SEMPRE SERÁ

Ilusão que se contém de dia
 Pesadelos que se sonham na aurora.
E agora? O que será do mundo lá fora?
Crianças no meio da rua, velhos arremessados ao vento.
De quem será a responsabilidade dessa criminalidade?
Hoje eu tenho o que comer, amanha já não posso ter.
O lance é dar valor ao que se tem na mão.
Amanheça, mas não esqueça...
Pra que um dia não choramingue pelo pão que ontem você renunciou e seu irmão necessitou.
Dar valor ao que se tem... Ao que se acha.
O amor que a sua mãe tem pra te dar, de outro você não vai encontrar... É ternura pura e verdadeira!
Quem não apanha em casa, a vida lhe da um jeito. E te deixa sem defeito, pra nenhum sacana poder reclamar...
Ganhar cada segundo, e fazer tudo pro seu mundo.
Ganhar todas as horas é fazer valer a pena. Ou fazer valer a vida que eu não sei até quando vai durar, nem se um dia vai melhorar, até quando eu respirar.
Ser guerreiro sempre.
Humildade, igualdade, integridade.
Dar é ganhar tudo que você fez de bom e ruim ontem e hoje, e irá refletir no destino. Destino este que sempre fala por você.
Colho o que foi plantado apenas. Se não há nada para plantar, não se iluda, pois não haverá colheita.
Plante o amor e encha o coração de todos ao redor. A felicidade vira sem a necessidade de andar atrás dela.
Batalhe somente pelo bem. Tenha certeza, ele regressará a seu favor...
Paz agora, pra que lá fora não conheça o lado da moeda em que os que sonham acordados completem um mundo o qual sem se dar conta pode ser seu.
Salvador, 15 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Na veia!


-Pulsando- Andar, pisar, percorrer, ver, acelerar, suar, precipitar, frear, brecar, - Pulsando- respirar, inspirar, expirar, cumprimento, saudação – pulsando – tom, olhos, entretom, som, notas, guitarra, cordas, acordes, estrondo, ruído, ouvido, música, harmonia, melodia, dança, coreografia, voz, garganta, grito, riso, alegria, - pulsando, pulsando – sede, língua, saliva, álcool, cerveja, cabeça, euforia, - pulsando, pulsando, pulsando – cérebro, pensamento, cigarro, fogo, fumaça, loucura, piração, viagem, - pulsando, pulsando, pulsando – cerveja, contentamento, pessoas, amigos, homem, mulher, vestes, boca, língua, fala, patoá, beijo, desejo, gosto, vontade, mania, cobiça, - pulsando, pulsando – tempo, fadiga, pernas, pés, sono, rua, casa, ressaca, vômito, sede, água - pulsando.
Fim de festa!


Salvador, 18 de setembro de 2010

O porto da barra!


O porto da barra, água, vento e sol... Do farol... Vê-se o azul do mar, azul do céu, refletido no mar! Azul que há!
Verde-mar, céu-azul que há!
O vento frio combina com o sol amarelo que faz chiar ao tocar o mar, e reflete a luz em seu olhar pro mar.. Som, luz, cor, temperatura...
Mas, que criatividade?!
Não! É a natureza fazendo arte!

19 de setembro de 2010

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Eu quero ir embora!

Vou sair de casa...
Quero ir embora...
Não sei pra onde agora, mas quero ir pra qualquer lugar...
Quero ir... Embora deixe saudades!
Quero ir... Embora sinta saudades!
Quero ir... Embora tenha um preto pra lembrar... Pra sonhar
Alcancei conquistas... Amigos me conquistaram...
Vou partir... Não tenho nada que me segure aqui...
Fiz isso outras vezes... Vim do Piauí, hoje estou aqui...
Quero ver o mundo, encontrar um mundo... Meu mundo!
Quem sabe um dia eu volte... Quem sabe eu não fique mesmo por lá, sei lá!
Coisas boas pra sentir saudades, aquela saudade gostosa.
Vontade repentina de mudar a minha rotina... De seguir um rumo diferente, num outro continente...
De querer outras vontades... Oh liberdade!
Sair como um bicho com asas... Dessa casa... Da minha casa.
Dessa cidade... Desse lugar! Mudar de ar sei lá!
O cheiro de mar de  outro lugar, de  outro céu, em outro nascer de sol!
Só sei que quero ir embora...
Eu quero ir embora...
Eu quero ir embora, agora!
NAI ROCHA

O que eu quero da vida? Viver!

E assim poder aperfeiçoar tudo que há de bom em mim e adquirir conheçimento até do que não for...A imperfeição própria do homem faz algumas pessoas acharem vantagem em sí mesmas e consequentemente desdenham o próximo. Mas, não há estupidez maior que a recusa de sempre estar desfrutando do gosto agradabilíssimo que é viver...VIVER o dia, VIVER as pessoas ao seu redor, VIVER o seu bichinho de estimação predileto, VIVER a sua música favorita..Em fim!! Queria poder estar dotado de vida efetivamente. Mas, como tudo que tem um início, também terá o seu fim... tento fazer desse meu meio termo algo deleitoso.
Nai Rocha

Sentimento descontente!


Dúvidas, dádiva! Da vida emanam outras vidas.
Nasce a esperança.
A espera de um dia melhor permanecemos.
E um dia pra esperar a melhoria, naquela maré.
As coisas mudam a cada passo, e algumas nunca aprimoram.
O que já foi fato e o que resta fazer...
Estar de longe, sentir-se além, bem longe, mesmo quando se estiver próximo. Perto do fim, onde mais nada acontece, se converte, e nada é nada.
Nasce um púbere dia. Um sorriso surge também...
O sol brota... Pro seu acalmo a garoa vem molhar o chão...
O sorriso expira. .  E uma gota fica em seu lugar, quando parece estar tudo desvairado.
Logo se senti um abraço...
Mesmo assim... Tudo ainda é nada.
Nai Rocha

Um brôto de Flôr!

De que me basta o discernimento dos sábios se eu não tiver o contentamento dos loucos? Então quero ser prudente e insensata, por horas ingênua e um pouco infantil, em outras ser terna e branda, as vezes um pouco impetuosa e séria pois se não aí vira graça... E quando precisar de choro, tenho um coração sensível. Mas, no contexto, desejo ser tudo aquilo que faz bem ao meu ego e ao semelhante.
Desta forma estarei feliz!!
(Nai Rocha.)

CHUVA

É tempo de chuva! De amargura!
É tempo de vento forte, que aventa as botoeiras dos coitados.
E continuam a ser coitados, sem casa, desanimados e tentados a brisa.
E onde pisa?  A cada lágrima vazada dos olhos a dor acompanha em seus peitos, que agora sem leitos, terão de deitar as mãos na cabeça. Pois a cabeça? Não tem mais onde botar.
O homem e a sua astúcia desafiam o poder de Deus fazendo a ira voltar contra si. Em longo prazo e a cada passo dado.
E a cada suspiro, a cada arrepio, tudo se transtorna e explica como nos chega o fim.
Pra abiscoitar a competência o machismo é capaz de fazer e desfazer o seu ter mais que importante:
A sua casa, a terra, seu chão, seu país, sua região.
E se desterra e enterra esperanças, abrindo uma cratera de interrogação a cada segundo calculado.
Segundos passados, pensados, cogitados na trama de uma maquina a qual dá a dádiva de arrancar a existência de outras fulanas que viram caras-caveiras e muitas vezes inocentes, encenam os verdadeiros culpados.
E passam as chuvas e amarguras até que tudo se acabe e chegue um novo jeito de pensar, novo sonho pra sonhar ou um novo ar pra respirar.


Nai Rocha
Salvador, 27 de maio de 2009

SEM TÍTULO

NEM GANA NEM GRANA
NEM GRAÇA NEM DESGRAÇA
NEM AMOR NEM A MORTE
NEM A VIDA E A SORTE
O ACASO EM CADA CASO
NADA QUE NADE
SEM TOM, SEM COR, SEM CORTE
SEM SOM, SEM NOTA E NÃO SE ANOTA.
UM MUNDO QUE NÃO GIRA...
SEM SAL, SEM SOL.
SOLA NOTAS DE SILENCIO, E VOAM EM VÃO...

Os por quês!

Os por quês!

Porque de um por quê? Por que será que tem que ser?
Alma minha, porque estou aqui, exatamente aqui, assim e aqui?
Por que o dia, o sol, o entardecer, a lua e em seguida tudo outra vez?
Por que o tempo, que dar tempo a se mesmo, se nem ele mesmo sabe pra que, de que e o que?
O vento assopra a ausência, e arrepia assim com saliência.
As pessoas estão aqui, mas depois têm de morrer.
Deixando descendentes que terão seu mesmo fim, terminando assim sem aprontar o que queria principiar.
Por que eu tenho que falar, e se ninguém quiser me escutar?
Há... Por que de tanta coisa que não tem nem por que? E se for responder não tem nem pra que!?


Salvador, 25 de março de 2009
Nai Rocha